Quer saber, seres humanos são bichos que não consigo entender. Quando eu era bem pequenino, tinha uns três ou quatro meses, lembro que minha mãe me carregava pra cima e para baixo (sim, desde aquela época ela tentava romper barreiras) onde quer que fosse. Claro que na época ela conseguia me pegar no colo, cansava mas dava. E acreditam que os "amigos" da época que nos encontravam sempre diziam: 'ai, que fofinho…pena que duram tão pouco e depois sofremos…'. Mas que sofrem nada! Já começam nos matando ainda pequeninos.
Aí, até os dois anos somos considerados crianças altamente destruidoras e hiperativas. Depois, viramos adultos e já começam com a maldita contagem regressiva, do tipo: 'Ah, que belo cachorro, aproveita bastante porque em pouco tempo eles já ficam velhinhos'. E nós os grandes ainda temos que aguentar o estigma que algum teórico maluco inventou sobre durarmos menos. Menos que quem, cara pálida? Mas que raios de gente ansiosa e macabra!
Bom, aí com seis anos comecei a ser tratado por alguns como quase velho, com oito já estava nos minutos finais e agora, aos dez (quase onze), creio que estou na prorrogação aos olhos alheios. Não importa que eu brinque, caminhe diariamente muito mais do que a maior parte dos humanos consiga juntando toda a semana, corra, tenha minha libido diária e faça tudo que os outros cães adoram, vejo que poucos querem nos ver saudáveis e felizes. Acreditam que tem gente que antes de perguntar meu nome aos meus pais pergunta se sou novinho ou velhinho? O que é isso? Certamente esses não são nossos melhores amigos, disso tenho certeza.
Pois saibam que nós peludos não gostamos desse timer irritante, menos ainda nossos pais. E queremos mais é curtir cada momento, viver no limite da alegria e do companheirismo, sendo eternos além da duração. E acreditem, vamos muito mais além que muita gente por aí!!!