quarta-feira, 31 de agosto de 2011

De volta ao lar

Não tive coragem de escrever em Brasília muita coisa, afinal estava lá para tentar amenizar a dor e as lembranças ainda são muitas. Moramos juntos na tua infância naquele apartamento (e tu ainda ficaste por lá com teus avós mais um tempo) e conseguia te ver correndo pelos corredores, acredita? No dia 23/08 rezei muito, fechou um mês longe de ti e acho que estavas ao menos ao meu lado, pq a Lot vendeu como nunca e não parei um minuto sequer. Que bom, nessas horas o movimento faz a diferença e esperar apenas o passar do tempo não é tão bom assim, pq ele tb nos tira o presente e sabe-se lá o que traz no futuro.
Tuas tias Dri e Aline estiveram todo tempo comigo nesses dias, foi tão bom matar as saudades. Amigos a gente leva no peito toda vida e quando pode, gruda para tentar diminuir a distância. E foi o que fiz.
Domingo, na volta, parece que um ônibus passou por cima de mim e do teu pai. Pela primeira vez em toda minha vida sofri de voltar a Porto Alegre, minha cidade amada desde que me lembro por gente. Não pelo lugar, que admiro mesmo sob fortíssimas turbulências (que quase vomitei) ao ver de cima na chegada, nem pela chuva, que quando passa traz o céu mais límpido, azul e abençoado que conheço. Mas pela entrada em nossa casa, ainda coberta da tua presença-ausente (sempre que vamos abrir a porta ainda hesito em cantar "não tem cachorro, não tem cachorro, lálálálá… - que tu adoravas e começava a espirrar até abrirmos e corremos para o abraço). Choramos. Muito. Desesperadamente. Mas sabíamos que fazia parte do processo e que estamos lutando. Não queremos te esquecer, apenas transformar essa dor. Não sentimos remorso nem arrependimentos, temos plena certeza do quão bom foi tudo. Mas a dor é egoísta, não queremos aturar. Somos de carne e osso, mimoso, sentimos falta de tocar a matéria e tudo o que ela representa. Mas se todo mundo passa por isso, como não vamos passar? Vamos superar sim, até porque a cada dia lembramos de coisas tão maravilhosas que aprendemos contigo que chego a pensar que a inteligência humana só existe quando conseguimos captar esses ensinamentos tão sutis e transformadores.
Li sobre o Cavaleiro Sir. Lancelot hoje novamente, rompendo uma barreira de mais de década longe das aventuras de Camelot. Lembrei de como soube, anos antes, que meu cachorro-lobo teria este nome. E o quão nobre ele seria, com caráter e coração dignos de um cavaleiro. Nunca me enganei. E ainda te transformaste numa lenda (num modelo famoso, para ser mais exata), sendo citado e ainda aparecendo na mídia por causa da tua marca. Muito orgulho por fazer parte de tudo isso.
Ainda não sei quem será meu novo filho (s), tenho tentado ajudar e estar perto dos aumigos, mas acho que preciso de um tempo assim como precisei para te encontrar. Mas é assim mesmo, pois afinal, são os cachorros que escolhem seus donos.
Para encerrar, normalmente eu diria: "dorme com os anjinhos". Se bem que neste horário seria "vamos passear?". Mas acho que agora apenas deixo meu beijo mais profundo na tua alma, desejando que estejas bem e muito feliz. Coloquei uma foto tua comigo e teu avô no aniversário dele, acho que foi em abril de 2001, quando tinhas apenas um aninho (quase dois).

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aniversário

A dor não é um processo retilíneo. Ela é maquiavélica, vai e vem, mostrando que não somos tão fortes como imaginamos nem tão fracos para acabar de vez. Ela nos testa, machuca, assopra e depois envelhece, fica ali, latente, para nos momentos de fragilidade voltar. Ser feliz é isso, é abraçar as alegrias sabendo que o preço de amar é mais caro que nosso bolso. Mas quem não tem coragem também não vive o lado bom, né?
Hoje é meu aniversário e sonhei com meu amadinho. Ele novamente estava pronto para um abraço e não hesitei em ficar o tempo que foi possível curtindo. Acordei bem, estou planejando ver os amigos, comemorar, curtir esse dia tão especial ao lado daqueles que fazem a vida valer a pena. Mas eis que por alguns instantes da manhã aquela pontada veio e derramou lágrimas que brotaram do fundo da alma e escorreram pelo rosto insistentemente. É o primeiro aniversário longe do meu filhote, não tem como ser fácil. Mas vamos lá, muito passeio, amigos e bichos por aí para abraçar e amenizar essa ausência. Temos que achar saídas nessas horas, o remédio não está disponível em pequenas doses, precisa ser encontrado nas pequenas coisas da vida e tomado diariamente para manter acesa a chama que move os sonhos. E esses, não abro mão.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Muita saudade

Mimoso, esta semana tá sendo muito difícil pra mim. Graças a deus tenho o apoio dos amigos, que nos levam para a rua, e do teu pai, que me conforta muito e sabe bem o que estou passando. Mas a dor tem apertado, sufocado, não acho fácil aceitar. Queria que tu não me deixasse… os dias finalmente estão lindos, amanhã verei também teus avós, estou tentando muito, juro… mas dóóóóoooooooi….
Sonhei contigo, tu vinhas pertinho e eu corria para te abraçar. Senti até teu cheirinho, mas de repente tu se foi...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Colete masculino Lot em promoção para o Dia dos Pais!






Fotos: Ricardo Jaeger
Durante toda a semana a Lot estará com desconto de 20% de desconto nos coletes masculinos como dica de presente para o Dia dos Pais. Vale a pena dar uma conferida!

domingo, 7 de agosto de 2011

Transformando a dor em recordações

Encarar dia após dia a falta do ser mais especial de nossas vidas não é fácil, infelizmente a vida parece que termina (ao menos o que eu achava que era vida, sem perdas grandes nem recomeços), mas aos poucos descobrimos que temos que sempre nos reinventar. Não consegui ainda mudar o curso das coisas, nem do mundo, juro que tento e sonho em poder, mas acho que talvez eu não consiga. Ser adulto tem dessas "descobertas" tristes sobre os limites das coisas.
Contrariando a previsão do tempo, além de ontem, hoje também foi um dia de sol espetacular (a tempestade foi na madrugada, assustadora!). Passeamos pelo Moinhos de Vento e dei de cara com uma akita fêmea da tua cor, tão fofinha! Claro que aproveitei para passar a mão bastante nela e lembrar do toque do teu pelinho...
Depois fomos comer um sorvete sentados na Encol, curtindo o final de tarde e olhando a cachorrada. Em casa é muito difícil de ficar, na rua nos lembramos com menos dor e mais alegria dos momentos juntos. E quantos foram, né! Dei uma pausa e esta semana quero retomar a escrever nossa história, recontá-la para poder ficar mais perto de tudo e longe da solidão que tem batido no peito. Imagino que onde quer que estejas, estarás lembrando também de tudo com um sorriso canino delicioso. Acho que por hora é assim que consigo te ter novamente por perto, mesmo não sendo o ideal.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Nosso último frio juntos

Mimoso, cheguei agora em casa depois de sair para tentar acalmar o coração na companhia da amiga Jacque. Nessas horas vemos que a vida não é nada sem os amigos e a família, que assim como os cães, nos confortam e mostram que somos importantes por perto. Como o frio não dá trégua, só a chuva que está um pouco menos insistente, resolvi colocar nossa última foto neste inverno, naqueles dias frios de junho quando ainda não podia acreditar que meu forte cavaleiro pudesse estar chegando ao final de sua jornada. Mas sei que estavas lutando e feliz por não sairmos do teu lado, com amor, carinho e muito calor.
Pintchin, sinto muita saudade!

No radio do taxi...

Hoje não havia escrito nada, até sair para o shopping no final tarde e ser surpreendida no taxi. Tinha acabado de entrar e pedir para ir até o Iguatemi quando começou a tocar na Gaúcha a tua música. Em pleno programa de futebol, houve uma pausa e de repente ela começou. Após aquele começo fantástico e meu espanto, o radialista voltou a falar: "Quem nunca foi a um baile e ouviu esta música, se emocionou…". Depois continuou a narrar partidas e sei lá mais o quê, mas com a música toda ao fundo. Foi incrível, até porque até hoje nunca tinha ouvido In The Mood na rádio, apenas nas novelas como fundo das festas de casamento. E agora, ao começar a narrar em teu blog esta história, eis que senti um calor na espinha (sim, calor) e o meu casaco raspou na almofada e fez um "fúúúúuuuuu igual aos teus espirros. Foi emocionante. Coincidências à parte, me sinto feliz de ao menos sentir a tua presença deliciosa ao meu lado!
Boa noite meu anjo!!!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O gato, o rato e o cachorro

Durante uma propaganda do GNT ontem, lembrei de uma cena de muitos anos atrás, quando passeávamos de noite em Brasília. Chegávamos perto do nosso prédio e ficamos parados um tempo enquanto cheretavas os miosótis (florzinhas que grudam e sempre tinhas penduradas pelo corpo de tanto que te esfregavas naqueles arbustos). Em segundos, destes um super puxão na coleira, quase destronquei meu braço, mas conseguir frear a tempo. Estavas cuidando um gato, que resolveu no susto sair do arbusto e, em plena corrida, parou debaixo da luz para nos dar uma última olhada. Ele carregava um rato (ou metade de um para cada lado da boca, blérg) e parecia assustado e apreensivo de virar caça em pleno momento de caçador. Mas foi salvo pela guia, que consegui a tempo travar. A cena ficou até hoje em minha cabeça, parecia um vídeo do Animal Planet, com aquela visão tenebrosa da natureza selvagem passando bem na minha frente e eu tentando ao menos minimizar os fatos e trazer meu cachorro para casa sem nenhuma peripécia maldosa da parte dele (claro que só eu me arrependeria, cachorros são caçadores).
Anotei na hora a dica para escrever aqui, e só agora consegui parar para colocar no ar. Mas durante a tarde comecei uma epopéia que parece sem fim: a de tentar esboçar nossa vida juntos em um livro. Tarefa árdua, meu caro "Juvenal Antena", mas não desistirei tão fácil. Até porque, ao menos eu poderei depois dizer que li o teu livro.
A Chuva não dá trégua, acho que chora de saudades do akita sem fim em suas longas três caminhadas diárias. Agora as ruas ficaram vazias, frias e úmidas, sem som e sem cor. Acho que também entristeceram pela tua falta...